Projecto Socio- Educativo GERAÇÃO ROMANI
Este BLOG basea-se numa investigação realizada pelo 3ºano do Curso de Educação Social sobre a comunidade cigana dos Caliços, Almancil. Concluímos a urgência de elevar saberes, cultura e ambições desta comunidade, dignificando-a enquanto cidadãos presentes na nossa sociedade. Na nossa máxima o empowerment será sempre a base de trabalho para com aqueles mais carenciados, assim, trabalhar com a comunidade cigana foi e será sempre dignificante para nós.(Florbela, Sónia, Cláudia e Silvia, 2011).
quarta-feira, 10 de agosto de 2011
Nota final do projecto 17 Valores!!! ;)
domingo, 26 de junho de 2011
BREVEMENTE NOTA FINAL DO PROJETO
Relatório Final de Práticas II
Introdução
Os projectos sociais brotam na ambição das pessoas em mudarem a realidade, surgem como a resposta entre um modelo desejado de melhoria de qualidade de vida e a realidade em que se encontram. Revelam-se através de acções estruturadas e intencionadas, baseadas na reflexão e no diagnóstico sobre uma determinada problemática, procurando de alguma forma satisfazer necessidades de grupos que não possuem recursos, que se encontram em situação de risco e vulnerabilidade social.
De acordo com Perez (citado em Egg, 1981,) é um processo que afecta o ser humano e as suas condições de vida relações e valores contribuindo para a configuração da cultura de um povo. Ainda segundo Egg e Idanez, (1989), “ Um projecto é um conjunto de actividades concretas que estão relacionadas e coordenadas entre si para produzir determinados bens e serviços que conseguem resolver problemas e necessidades.” (p.16).
È nesta perspectiva que o projecto socioeducativo “Geração Romani” pretendeu ser uma ferramenta de intervenção e de mudança, sustentado no resultado apurado do diagnóstico social efectuado à comunidade cigana da Zona dos Caliços em Almancil, enquadrado no CCAA, enquanto projecto social de Prática.
A elaboração do diagnóstico social foi sustentada pela observação participante e não participante, pelas conversas informais, inquéritos por questionário e entrevista realizados a esta comunidade cigana e a entidades conhecedoras desta realidade, nomeadamente presidente e técnicas do Centro Comunitário António Aleixo.
Aplicadas as metodologias de análise usadas em Ciências Sociais, sobressaíram entre outras, três problemáticas consideradas por nós prioritárias a serem colmatadas, tais como o baixo nível escolar e absentismo escolar, exclusão social e profissional e falta de hábitos de higiene e saúde.
Fomos motivadas pela humildade, sensatez e pela vontade demonstrada por esta comunidade cigana evangelizada em querer aprender e ser reconhecida enquanto membros presentes na nossa sociedade, e porque sempre acreditámos e acreditamos nas suas potencialidades. (Anexo V)
Como iremos demonstrar ao longo deste relatório, demos início a um processo de negociação entre a comunidade e a instituição Centro Comunitário António Aleixo em Quarteira, entidade enquadradora que nos acolheu para realização deste projecto. Neste processo ficou excluída, em concordância com todos os envolvidos, a hipótese de dinamizar as actividades planeadas no Centro Comunitário António Aleixo em Quarteira (CCAA), uma vez que a distância Esteval-Quarteira iria condicionar a deslocação de muitos participantes. Ficou assim estabelecido as mesmas acontecerem numa das salas da antiga estação de comboios no Esteval, um local relativamente perto das suas residências, às sextas-feiras das 19h30 às 22 horas com os adultos e aos sábados das 15h30 às18 horas com as crianças,
Configurámos ainda, as relações e parcerias a estabelecer, definimos papéis e as tarefas. Segundo Monteiro (citado por Aguillar e Ander-Egg, 1992), “A avaliação é uma forma de investigação social aplicada, sistemática, planificada e dirigida” (p.139)
Foram assim, realizadas várias reuniões para orientação e avaliação do grau de sucesso das acções realizadas ao longo deste percurso com a nossa tutora Dr.ª Marilita Santos e orientadora de estágio Dr.ª Sara Martins. Nestas reuniões, foi possível realizar um balanço das actividades já realizadas, apresentar conclusões relevantes e trocar sugestões sobre futuras acções.
O “ Geração Romani” trabalhou assim, sempre no sentido de desenvolver atitudes, competências sociais e educacionais nesta comunidade, motivá-la e potenciá-la para tal. Tivemos sempre como horizonte trabalhar numa vertente socioeducativa como preparação para uma futura alfabetização, facilitando a melhor integração social e consequentemente levar a uma melhoria sócio educativa e económica deste grupo.
Sabíamos que à partida estas pessoas não têm as mesmas oportunidades de vida pela sua condição ético-social. Atentas a este facto o projecto centrou-se nas suas necessidades e nos seus interesses, tentou proporcionar de forma directa ou indirecta conhecimentos e aprendizagens sempre e através de uma vertente lúdica social e educativa, respeitando a sua base cultural.
Apostámos assim, numa série de acções, trabalhadas em contextos não-formais e informais, como veículo facilitador para a sua integração no meio social, escolar e profissional. Realizámos acções de sensibilização e dinâmicas pessoais e de grupo para colmatar as problemáticas prioritárias, designadamente sessões sobre:
i) A importância da escola; ii) A Importância da Leitura; iii) Educação para a Cidadania. iv) Procura de emprego; v) Planeamento Familiar; vi) Higiene oral; vii) Alimentação Saudável. viii) Economia Doméstica; ix) Gincana em Família no Parque das Cidades; x) Teatro de Fantoche “Preservação ambiental, de onde vem a água?”; xi) Contacto com o papel, canetas e desafios de escrita; xii) Dinâmicas diversas de grupo; xiii) Grupo de dança júnior; xiv) Aula de Croché\Costura, xv) Visita ao Centro de Interpretação e Educação Ambiental. (Anexo IV)
Trabalhar com a componente humana é um desafio, trabalhar com uma comunidade cigana, um grupo tão especial é um desafio ainda maior, no entanto e ao contrário daquilo que algumas pessoas conhecedoras do nosso projecto pensavam e nos transmitiam de forma negativa e preconceituosa, este evidenciou-se pelo seu sucesso.
Foi possível explorar as múltiplas dimensões deste povo e trabalhá-las de uma maneira global e adaptada, dinamizando actividades que os aliciaram, permitindo e levando-os a uma sistematização de ideias como à produção e assimilação de novos conhecimentos. Desenvolver mecanismos de integração de saberes e de competências. De salientar que maioria destas pessoas já era possuidora de alguns conhecimentos elementares para a gestão das suas emoções, desejos, motivações, interesses e dos novos conhecimentos decorrentes.
A avaliação de todo este processo como iremos demonstrar no decorrer deste relatório, teve como resultado final um enorme impacto positivo e patente nesta comunidade. Apurámos que os objectivos que nos tínhamos proposto colmatar foram na sua maioria atingidos. Sabemos no entanto que o nosso trabalho de intervenção foi muito curto e teria sido bem mais produtivo se este tivesse tido um prolongamento maior
1. Análise do Diagnóstico
Relativamente à avaliação do diagnóstico elaborado sobre ao contexto geográfico, histórico, demográfico, educativo, social e cultural do concelho de Loulé/ Almancil estes foram ao encontro do apresentado no diagnóstico social. No entanto, embora o concelho de Loulé seja rico em inúmeras infra-estruturas empresariais, hoteleiras e repleta de uma grande rede de respostas sociais e culturais, estas não foram abrangidas no projecto “Geração Romani”, uma vez que a comunidade a ser trabalhada, como já foi referido, encontra-se afastada geograficamente destas entidades.
Como tal, embora a instituição CCAA fosse inicialmente tida como um potencial espaço para realização de actividades no âmbito do projecto, esta foi descartada, uma vez que existiram dificuldades de deslocação rodoviária por parte dos participantes do projecto.
No intento de conseguirmos instalações mais próximas, recorremos ao Agrupamento Vertical de Almancil para disponibilização da escola EB 1 dos Caliços. Por incompatibilidade de conciliação de horário de todas as partes envolvidas, o nosso intento revelou-se infrutífero, solicitámos ainda, mas sem sucesso, um espaço à Câmara Municipal de Loulé na zona do Parque das Cidades, local relativamente perto das residências desta comunidade. Em última alternativa, solicitámos temporariamente uma sala na antiga estação dos comboios do Esteval, que nos foi cedida, apesar de ter um espaço reduzido e sem as condições necessárias para a dinamização das actividades programadas. Com muito esforço conseguimos contornar esta situação, facilitando assim a prática das acções estabelecidas consoante quadro de planeamento das actividades de intervenção a realizar com este grupo.
No que diz respeito ao contexto económico da instituição CCAA esta foi um pouco divergente, uma vez que apurámos que esta é receptora de vários donativos, parcerias e quotas, no entanto a crise económica presente reflecte-se em todos os campos e no campo social também. O que nos parecia de fácil acesso numa primeira fase, no que se refere à cedência de alimentos, os quais eram habitualmente oferecidos aos participantes no intervalo das nossas acções, foi-se restringindo no decorrer deste projecto. O grupo mais uma vez contornou esta situação arranjando novos recursos através de meios próprios e pessoais, peditórios e donativos concedidos por outras entidades antes não consideradas.
Relativamente ao contexto cultural respeitante a esta comunidade cigana, foi também ao encontro do identificado no diagnóstico inicial, pelo que tínhamos a consciência de que nos poderia limitar em alguns aspectos do projecto. O exemplo, o luto da cultura cigana implica algumas restrições no que concerne a actividades com música ou televisão, o que em certas acções condicionou a realização de determinadas dinâmicas ou a adaptação destas, já que durante o luto tradicionalmente estes não ouvem música nem assistem à televisão.
Assim, após avaliação de todo este processo de acção suportado pelo diagnóstico social respeitante aos estrangulamentos e potencialidades identificadas na prática deste projecto, pudemos concluir o seguinte:
O estrangulamento assinalado respeitante às necessidades básicas deste povo, falta de condições habitacionais, água, luz e saneamento básico mantiveram-se, uma vez que, tal facto não depende de nós, mas sim das entidades públicas. No entanto tal problemática não se manifestou pertinente nem impeditiva para o bom decorrer das acções, todos se apresentavam em condições higiénicas e traziam os trabalhos propostos a fazerem em casa. A boa apresentação e empenhamento deste povo manifestou-se numa potencialidade a elevar.
No que concerne ao estrangulamento identificado como diferença de géneros para a aceitação e participação neste projecto, a afluência de homens e mulheres foi quase equivalente, tendo sido o sexo feminino a maioria presente nas acções.
Assim contraditóriamente ao exposto no diagnóstico inicial, em que considerámos um possível estrangulamento a possível aceitação ou rejeição “do outro diferente”, modernidade e identidade, este receio aceitação/intromissão enquanto povo não cigano não se manifestou por parte da comunidade. Todos os novos saberes que lhes transmitimos e demonstrámos foram direccionados para uma melhoria da condição de vida, questão bem explicada a cada sessão. Estes novos conhecimentos foram aceites de bom grado, a maioria julga que foram assimilados por esta comunidade à excepção da acção de sensibilização de planeamento familiar, a qual será a posteriormente desenvolvida. Assim, a aceitação do nosso grupo de prática, enquanto transmissora de novas “coisas” e a vontade/participação que demonstraram em aprende-las, foram um impulso muito motivador para todos, contribuindo para um melhor desenvolvimento deste projecto potenciando-o.
Também a identidade cultural social/familiar transmitida de geração para geração, tendo como principais actores os elementos mais velhos, foi nomeada como possível estrangulamento. No entanto no decorrer deste projecto foi-nos possível comprovar já alguma aculturação de uma identidade moderna por parte dos mais jovens adultos, assim como uma maior abertura de mentalidade por parte dos mais velhos para estas questões problemáticas identificadas e trabalhadas com este grupo. Acreditamos que, e apesar de ainda muito longínqua a mudança de atitudes e valores aliadas à base cultural de que são possuidores, é possível conduzindo-los consequentemente a uma melhoria de vida. Apesar de apresentarem uma cultura bastante vinculada, que para Fraser (1998), é principalmente uma herança cultural, transmitida de geração em geração, e não esta aliada pela hereditariedade biológica, mas sim a uma aprendizagem. Esta herança não é imutável, alterando-se com o contacto de outras culturas.
Como já mencionado, foi-nos necessário reestruturar alguns objectivos, criando uns, mantendo outros e anulando alguns inicialmente apresentados. Tal facto deveu-se ao surgimento de novos estrangulamentos e novas potencialidades não visionadas aquando realização do diagnóstico. Não aconteceram somente inesperados estrangulamentos, aconteceram também inesperadas potencialidades que elevaram o nosso projecto.
Comprovativo disso foi o número crescente de participantes e assiduidade ao longo das semanas, que se tornou assim uma potencialidade. A adesão desta comunidade e a forma como fomos acolhidas ultrapassou as nossas expectativas iniciais, revelando-se numa potencialidade, impulsionou para uma maior empatia, afeição e para um maior gosto pelo trabalho a fazer. Permitiu que a cada sessão o grupo de participantes se sentisse valorizado e motivado para continuar a trabalhar cada vez melhor.
Em relação à baixa ou inexistente escolaridade, mencionada como um estrangulamento, esta revelou-se em algumas actividades num suprimento, pois o não saber ler nem escrever condiciona a interiorização do conhecimento. Este facto foi colmatado por nós através de sessões informais, jogos e dinâmicas pessoais e de grupo. Podemos afirmar também que apesar de os nossos participantes serem maioritariamente analfabetos, detêm uma grande força de vontade em aprender. Isto conduz à idealização de que se existisse um plano de alfabetização na comunidade iria surtir um efeito positivo.
Assim, a problemática “mãe” nomeadamente a baixa escolaridade detectada no diagnóstico efectuado no semestre anterior, confirmou-se em contexto de prática. De acordo com o apurado no diagnóstico, e tendo em conta que a ausência de saberes literários numa sociedade cada vez mais tecnologicamente avançada e desenvolvida é urgente a preparação destes para aquisição de saberes básicos, foi neste sentido que sempre trabalhámos.
2. Análise do Projecto de Educação Social (PES)
Como já supracitado um dos objectivos principais foi capacitar esta comunidade, aumentar a motivação das crianças e jovens em risco de abono escolar, bem como a necessidade de os adultos adquirirem qualificação escolar visando uma integração social. Delineámos grande parte das actividades de modo a salientar a necessidade de entrarem no mercado de trabalho, proporcionando conhecimentos para lhes aumentar competências para o mesmo efeito. Segundo Paulo Freire (1997), a educação das crianças, dos jovens e dos adultos tem uma importância muito grande na formação do homem e da mulher nova. Foi nesta perspectiva que organizámos esta intervenção de carácter socioeducativo, através de várias actividades dinamizadas semanalmente e realizadas em dias distintos, um para os adultos e outro dia para as nossas crianças. Tivemos assim, a oportunidade de promover competências que outrora não estavam presentes nas famílias e na comunidade.
Os nossos participantes, tal como a maioria dos ciganos são fruto de processos de socialização diferentes à população dominante. Para Correia (SOS Racismo, 2011), estes sempre foram povos nómadas, pelo que era difícil manterem o vínculo à escola. Actualmente este panorama encontra-se alterado, maioria dos ciganos, como no caso dos nossos participantes, já se encontram sedentarizados e a frequência à escola torna-se obrigatória, com essa frequência, surgem dificuldades da parte das famílias ciganas e da parte das escolas. Ora também nesta comunidade se encontram estas dificuldades, detectadas no nosso trabalho de investigação de práticas I.
Assim, no que concerne à educação, o grau de escolaridade é relativamente baixo, os mais velhos dos nossos participantes não sabem escrever ou apenas sabem assinar o seu nome. Os mais jovens abandonam a escola cedo e as crianças apresentam insucesso escolar. Segundo Duarte (2000), “cada aluno apresenta-se como um caso único mas não isolado, pois encontra-se inserido num meio social, sujeito a conjunturas de ordem político-constitucional, sendo fruto de circunstâncias fortuitas que interferem com o seu próprio eu”, e o insucesso escolar de um jovem dentro do universo escolar tem segundo o mesmo autor, influências interiores e exteriores. Interiores na medida em que o facto do jovem poder ser menos inteligente, desatento, indisciplinado e desmotivado conduz a maus resultados. No que se centra a factores externos podemos mencionar o nível económico desfavorável e os baixos recursos familiares em conjunto com as más políticas institucionais de um sistema de ensino carente, que é um meio para o fracasso escolar do aluno. Estas causas foram detectadas na comunidade em questão.
Por outro lado a escolaridade prende-se com o facto de esta representar uma ameaça à cultura e costumes, sobretudo em relação às raparigas, que poderão ser aliciadas a fugirem ao controle ancestral desta etnia, embora os pais considerem importante a frequência da escola para ascensão socioeconómica (Fraser 1998). A diferença de género é assim factor também condicionante e característico nesta comunidade, inibindo por vezes o desenvolvimento e a inserção nos vários contextos envolventes presentes na actual sociedade. Esta diferença não se acentua unicamente na área educativa, uma vez que de acordo com Cardoso, Sousa, Mateus, Pena, Chaves, Torres, Montenegro, Fernandes e Martins (2001), na divisão do trabalho, o homem cigano atribuiu as mulheres um papel de grande responsabilidade, de educadora dos filhos, emitente da tradição, de desempenhar todas as tarefas domésticas e um papel fulcral na economia da família, são elas as intervenientes no comércio ambulante e as negociadoras, cabendo somente o supervisionamento e protecção nestas actividades. São elas ainda as interlocutoras nos processos burocráticos. As mulheres são reveladoras dos laços culturais e religiosos e são muito respeitadas como mães. No contacto mantido com esta comunidade verificamos algumas mudanças nas questões mencionadas anteriormente, havendo já uma maior participação do homem nas tarefas domésticas e a uma maior abertura no que se refere ao papel social da mulher, uma vez que já se verifica uma inserção no mercado laboral.
De acordo com Dias e Alves (2006), a escola, para a maioria da comunidade cigana, não oferece qualquer qualificação desejável, uma vez que estes, não encontram qualquer relacionamento na prática entre a escola e as actividades laborais exercidas tradicionalmente pelas comunidades ciganas. De acordo ainda com o Enguita (1999), mesmo quando reconhecem utilidade aos saberes escolares desvalorizam a necessidade das provas escolares e aquisição de certificação de habilitações. A obtenção de certificação de qualificações é associada a uma ascensão individual na esfera social, na perspectiva da comunidade cigana isto não faz sentido, uma vez que estes valorizam a mobilidade grupal e vivem-na intensamente. Ainda segundo este autor, dificilmente fará sentido para os ciganos a socialização feita na escola, que os remete para uma participação no sistema político, que historicamente os hostilizou.
Nas nossas acções educativas tivemos em conta o campo social e a especificidade da população em questão, formando mas sempre respeitando as suas características, cultura e o seu direito de ser diferente.
Para Paulo Freire (2000), educar é descobrir-se, é libertar o homem do determinismo, adoptando uma revisão crítica dos seus valores e sentimentos, investindo numa mudança de atitude, passando a reconhecer o papel da História, onde a questão da identidade cultural, sua dimensão individual, como em relação à classe dos educandos, é necessária à prática pedagógica proposta.
Estando a pobreza directamente ligada a vários factores de exclusão social visíveis nesta comunidade, como a ausência de condições básicas de vida e habitacionais, nomeadamente ausência água canalizada, electricidade e saneamento básico. Sabemos que a pobreza esta intrinsecamente ligada às relações materiais e com o nível económico, conhecendo as carências deste povo podemos afirmar que, a pobreza é um factor dominante e condicionante a vários níveis nesta comunidade. A este factor associa-se a exclusão social com um carácter multidimensional, englobando os níveis pessoais, familiares e culturais da comunidade. Circunstancias que influenciam o desenvolvimento económico e social. De acordo com Maslow as necessidades básicas de vida são primordiais para a satisfação e o desenvolvimento pleno do ser humano. Na célebre pirâmide das necessidades de Maslow, a importância primordial das necessidades básicas, tais como acesso a água e saneamento, são condicionantes para o desenvolvimento e satisfação de outras necessidades. Para se ter acesso a um nível superior na pirâmide de Maslow dever-se-á estar “saciado” o nível primário, no entanto este factor não é determinante para o desenvolvimento de outras competências e satisfações pessoais e sociais. Como tal, sustentadas nas acções dinamizadas para com esta comunidade, incutir valores educacionais e sociais foi nosso propósito, a vontade demonstrada por alguns elementos do grupo participante, também nos motivou e creditou a nossa intenção. De acordo com a pirâmide de Maslow, as necessidades fisiológicas são seguidas das necessidades de segurança, esta motivação para a aquisição escolar demonstrada por alguns, pode-se englobar nesta área. Uma vez que a moralidade é uma área representativa da segurança, a motivação demonstrada pelos intervenientes engloba-se nas necessidades de auto-estima e auto valorização segundo Maslow que se incluem na moralidade/segurança.
Assim, longe das políticas assistencialistas e através de uma intervenção socioeducativa, dedicámo-nos a capacitar este grupo para uma mudança de atitudes e valores como já mencionado. Esta capacitação teve como estratégia o recurso à educação informal e à animação sociocultural.
Tivemos o intuito de os conduzir a uma auto-reflexão e a uma consciencialização, de modo a atingirem uma auto-mobilização e uma cidadania activa. O empowerment desta comunidade foi-nos prioritário, para que este de uma forma participativa lhes fosse permitido de forma autónoma, contribuir para a mudança e “libertação” dos ciclos de desigualdade que se têm visto encarcerados.
3. Avaliação final do Projecto
A avaliação final do projecto foi baseada numa reflexão profunda e sequencial sobre todas as acções praticadas, algumas improvisadas no momento da realização para uma maior adequação à situação real presente, uma vez que o projecto foi tomando diferentes proporções na sua decorrência.
Assim e de acordo com De Ketele (1984), a avaliação examina o grau de adequação entre um conjunto de informações e um conjunto de critérios adequados aquilo a que tem como objectivo, com a finalidade de se tomar uma decisão. Reforçando a ideia para Monteiro que menciona Coff e Fink (1996), a avaliação é “um conjunto de procedimentos para julgar os méritos de um programa e fornecer uma informação sobre os seus fins, as suas expectativas, os seus resultados previstos e imprevistos, o seu impacto e os seus custos” (1982, p.15). Nesta linha de raciocínio a avaliação tem como natureza fazer a avaliação de uma situação que estava prevista, fazendo uma comparação com a situação real.
Durante a evolução do projecto aplicámos a avaliação qualitativa, através da busca de informações sustentadas pela participação do grupo e na qualidade desta em todas as sessões realizadas. Esta técnica de avaliação qualitativa, segundo Silva e Pinto (1986), pretende ultrapassar a quantitativa, sem dispensar esta, uma vez que, no espaço educativo, os processos são mais importantes que os produtos não fazendo jus á realidade se reduzida às manifestações empiricamente mesuráveis. Ou seja permite perceber até que ponto o participante adquiriu uma competência ou habilidade e não a quantidade de erros ou acertos.
As actividades direccionadas para os participantes adultos foram avaliadas através das conversas informais (Anexo III A), no final de cada sessão e pelo Quadro das Cores. Técnicas (Anexo I), estrategicamente pensadas, uma vez que a maioria dos participantes não sabem ler, optámos assim pelo desenho de figuras distintas pelas cores. O Quadro das Cores consistia numa grelha onde estavam identificadas numericamente cada sessão realizada. Para uma melhor compreensão por parte dos participantes desenhamos na mesma 3 figuras, um boneco de cor verde com uma expressão alegre, um boneco azul com a expressão passiva e um outro boneco vermelho com uma expressão triste. Após finalização de cada actividade os participantes pintavam num dos quadrados da grelha um círculo da cor da expressão da figura.
Analisámos assim, a avaliação patente em cada acção realizada, foi visível inúmeros círculos verdes em toda a grelha, à excepção de 3 círculos azuis desenhados numa das acções realizadas, nomeadamente a acção de sensibilização “Planeamento Familiar” e respectivas a 3 elementos masculinos. Quando questionados sobre as suas avaliações no que concerne a esta acção, afirmaram que se sentiam um pouco constrangidos sobre o tema, principalmente por estarem elementos femininos na sala. Este resultado foi para nós um novo alerta e uma nova aprendizagem, ou seja, que embora tivéssemos tido a preocupação desta acção ser apresentada por técnicas especializadas, mais concretamente 2 enfermeiras, este é e continua a ser tema tabu, assentado numa cultura ainda muito enraizada no que se refere aos temas ligados com o sexo, com o corpo da mulher e com o corpo do homem e com as necessidades biológicas de cada um. No entanto e pelos círculos verdes efectuados por todas as mulheres presentes nesta mesma acção determinamo-la como positiva, contribuindo para esta decisão as conversas informais de agradecimento realizadas com todos os elemento femininos.
Conforme apreciação das restantes acções realizadas, que iremos expor adiante, esta revelou-se positiva uma vez que atingiram os objectivos pretendidos.
No que respeita às acções realizadas e direccionadas especificamente para as crianças, aplicámos também uma avaliação qualitativa. Apoiada no desenvolvimento de ideias pessoais e de grupo impulsionadas pelos desafios apresentados, através de questionamentos sobre os temas apresentados através de conversas informais. Utilizámos ainda o Jogo do Balão (AnexoII), para avaliação de actividades, consistindo este em a criança enche-lo tanto consoante a “quantidade” que tinha gostado da acção. Todas as crianças envolvidas em cada actividade encheram-nos bastante, tendo alguns dos balões rebentado, o que levou-nos a concluir sem margem de dúvida que todas tinham gostado de realizar as actividades propostas.
Todas as acções realizadas foram pensadas como forma de colmatar os estrangulamentos no diagnóstico realizado.
Os objectivos gerais e específicos a que nos propusemos, revelaram-se assim, demasiados vastos para com o desenrolar destas actividades. Foi-nos assim conveniente reestruturar e até mudar alguns dos objectivos inicialmente apresentados. Nomeadamente os objectivos gerais do projecto inicial, estes reverteram-se em três objectivos gerais: i) A preparação da comunidade para posterior alfabetização, como objectivo prioritário; ii) Promover a inclusão social/profissional do grupo étnico e minoritário; e ao aparecimento deste novo objectivo iii) Incluir hábitos de higiene e saúde na comunidade, uma necessidade detectada no decorrer deste projecto.
Para concretização destes, realizámos 22 acções e actividades, distribuídas entre crianças, jovens e adultos às sextas-feiras e sábados ao longo de 13 semanas. Verificámos, grande participação e assiduidade da comunidade, facto que comprova interesse e aceitação deste projecto.
Assim de acordo com os objectivos definidos delineámos algumas acções de sensibilização indispensáveis a colmatarem as problemáticas identificadas.
Visando a posterior alfabetização realizámos acções primordiais, tais como i) A Importância da Escola; ii) A Importância de Ler; iii) Promoção através do contacto directo com o papel, canetas, oferta de pastas, cadernos, livros de imagem e histórias; vi) Incentivo à escrita, ao desenho das vogais, alfabeto, escrita dos seus nomes e a momentos de leitura. Foi nossa intenção motivar e facilitar o processo ensino-aprendizagem, transmitir todos os valores do acto de ler e a frequência da escola e sua importância na mudança das suas vidas e à necessidade de adquirirem estas competências sociais e educacionais. Estas foram avaliadas pelos participantes como positivas, envolvendo-os bastante. Todos participaram fazendo afirmações e questões no decorrer das suas apresentações. A comprovar o interesse demonstrado, assiduamente mostravam-nos os trabalhos de escrita proposto a fazer em casa, solicitando-nos mais. Salientando que alguns dos nossos participantes demonstraram algum interesse de continuar os estudos, principalmente quando se mencionou a probabilidade de existir um curso de alfabetização.
Outras actividades que visaram colmatar as fragilidades detectadas no segundo objectivo supracitado foras as acções de sensibilização i) Educação para a Cidadania; ii) Economia domestica; iii) Procura de Emprego; vi) Colóquio Nós Ciganos” visando promover inclusão social/profissional deste grupo-étnico e sensibilizar a comunidade exterior para esta problemática social. Todas estas sensibilizações visaram ampliar conhecimentos, sensibilizar para uma cidadania activa com carácter teórico-prático, informar sobre direitos, deveres e recursos presentes na sociedade para uma melhoria das suas condições de vida actuais. Pretendemos ainda, elevar-lhes a auto-estima e para a mudança atitudes e valores, dando-lhes a perceber que podem influenciar e marcar a diferença na respectiva comunidade e sociedade geral.
Durante estas sessões foram visíveis de modo diferenciado os interesses e gostos de cada participante, uns demonstrando grande interesse para um emprego e outros na ambição dos filhos e eles próprios continuarem os estudos, visto como meio facilitador de integração no mercado laboral. Na sessão da procura do emprego, várias foram as ambições desejadas em possíveis trabalhos que gostariam de desempenhar destacando-se assim o sector terciário e agrícola.
Incutir hábitos de higiene e saúde na comunidade, surgiu no desenrolar do projecto, sendo uma necessidade não tão iminente como as anteriores, foi necessária para uma melhor promoção da saúde pessoal e de grupo, uma vez que na comunidade em questão já fruíam algumas noções essenciais de higiene. Neste âmbito realizámos acções de: i) Higiene oral; ii) Alimentação saudável; iii) Planeamento familiar; vi) Preservação do meio ambiente com a sessão de fantoches e a visita à Quinta Pedagógica do Peral, v) Gincana Familiar.
Objectivámos dotá-los de conhecimentos de higiene, para os cuidados de saúde oral, habilitar e motivar a comunidade para as questões de nutrição e alimentação saudável, para os cuidados de saúde e higiene na prevenção de doenças do foro sexual, visar a ajuda as mulheres e os homens a planear o nascimento dos seus filhos e a viverem a sua sexualidade de uma forma gratificante e sem receio de uma gravidez ou doenças sexualmente transmissíveis. Apresentadas de uma forma mais lúdica às crianças, o Teatro de Fantoches e a visita à Quinta Pedagógica do Peral sensibilizou para a preservação do ambiente e para o espaço partilhado em comunidade. A Gincana Familiar promoveu os laços familiares e de socialização, baseamo-nos numa vertente lúdica-desportiva e de confraternização. Proporcionámos ainda, momentos lúdico-manuais, como o dia da Páscoa, o Dia do Pai e o Dia da Mãe com o intuito de trabalhar a criança, quer a nível motricidade, concentração e interiorização de valores, desafiando à criatividade e reforçando o conceito de família e a importância desta no seu crescimento.
Realizámos inúmeras dinâmicas com todos os participantes, de quebra-gelo, autoconhecimento, auto-valorização e transmissão de novos conhecimentos e valores e conduzindo-os a uma reflexão das várias temáticas dinamizadas pessoais, sociais e reforço das relações inter-grupais. Nestas dinâmicas foi possível trabalhar inúmeras dimensões pessoais, tais como a criatividade, imaginação, sensibilidade, desinibição social, valores e atitudes elevando-lhes a auto-estima, a um aumento de competências e motivação contribuindo para uma outra visão da realidade e estimulando para a participação activa nesta.
Toda a metodologia empregue para a concretização das actividades estipuladas, foi contínua e adaptável ao longo do tempo em que decorreu o Projecto.
Todos os recursos utilizados foram considerados e aperfeiçoados conforme a decorrência do projecto. Algumas acções foram legitimadas por especialistas e profissionais técnicos. As dinamizadas por nós, foram sustentadas em recursos técnicos e materiais válidos para uma melhor realização e apresentação das sessões. Designadamente a angariação de material dentário para a sensibilização da acção Planeamento Familiar, concretizada com destreza e empenho, alcançou os objectivos desejados
Grande parte do material utilizado ao longo deste projecto foi-nos oferecido pelo CCAA, no entanto foi necessário o grupo de práticas adquirir outros como complemento. A oferta destes recursos foi diminuindo, tendo na fase final do projecto o grupo de práticas efectuado grandes esforços pessoais, sustentando integralmente algumas acções.
O tempo empregue nas actividades foi considerado suficiente para a realização das mesmas, sentiu-se que algumas necessitariam de ser aprofundadas, o que nos leva a concluir que, se o projecto em causa continuasse a ser desenvolvido a longo prazo poderia ser uma mais-valia para os participantes.
Assim, Espinoza (1986), “…avaliar é comparar num determinado instante o que foi alcançado mediante uma acção e que deveria ter sido alcançado com uma prévia programação”.
Perante exposto e também sustentadas no feedback exterior, elogios de várias identidades e pessoas externas ao projecto, opiniões deixadas nas redes sociais, blogue “Geração Romani” (Anexo II B), e por parte da instituição na qual estamos enquadradas, agraciando a nossa coragem em trabalhar com um grupo tão especial, podemos afirmar que o desafio a que nos propusemos na mudança desta realidade social vivida por este grupo-étnico teve um impacto positivo no seu modus vivendi.
Não pretendemos afirmar que os problemas que pretendíamos resolver tenham desaparecido, mas colaborámos para a sua resolução. Sentimos que desbravámos uma pequena parte de um longo caminho a percorrer, que contribuímos para a abertura de novos horizontes e perspectivas e quem sabe, para a elaboração de um novo projecto.
Consideramos que de uma forma geral os objectivos que nos propusemos com este projecto, foram atingidos com sucesso. O objectivo prioritário de preparar esta comunidade para uma futura alfabetização, parece-nos cumprido. Presentemente grande maioria demonstra interesse e ambição em progredir, confirmando-se com o elevado número de inscrições dos nossos participantes numa turma de Alfabetização, prevendo-se o início desta em Setembro de 2011.
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4. Conclusão
Esteve projecto revelou-se muito positivo, os objectivos a que nos tínhamos proposto foram atingidos. A exemplo da maioria dos participantes e beneficiários do RSI que se inscreveram num futuro curso a realizar em Setembro de Alfabetização por opção própria e não por imposição do RSI. Embora grande maioria fosse beneficiária do RSI, uma minoria não o era, sendo estes, familiares de alguns beneficiários. Quando questionados no decorrer destas práticas, em vários momentos, sobre o nível de satisfação das nossas acções, se era da sua livre vontade frequentarem-nas, todos se manifestaram de forma afirmativa, solicitando a continuação das mesmas. Sentimos alguma tristeza quando lhes informámos que o projecto iria terminar brevemente. Mencionaram ainda que gostariam que fossemos nós a realizar a futura alfabetização programada, na qual se tinham ido inscrever.
Podemos assim concluir, que a prática das nossas acções manifestaram-se de grande agrado, satisfação e motivação para esta comunidade. Trabalhar com as crianças também nos foi dignificante, conseguimos sensibilizar e motivar tantos pais como filhos para as questões da educação, como a importância e necessidade de frequentarem a escola e a importância da leitura. As crianças ciganas foram o nosso público eleito para trabalhar, pois encontram-se em crescimento e com este a interiorização de atitudes e valores, permitem-nos a um trabalho árduo mas que num futuro próximo irá produzir frutos de certeza.
Ao longo deste projecto socioeducativo inúmeros foram os obstáculos ultrapassados para a concretização e sucesso deste. Pudemos constatar que trabalhar nesta área não é fácil, é necessário ser-se resiliente, persistente e acreditar. Aprendemos também que é teoria base e suporte de uma boa prática, esta no campo de acção torna-se imprescindível, revelando-se numa aprendizagem contínua e de formação constante. Consideramos que o sonho e utopia são indissociáveis neste trabalho na procura de um mundo mais justo e igualitário. Contudo foi sempre com grande empenho que nos empenhámos em ultrapassar as “pedras” que fomos encontrando e contornando ao longo da nossa caminhada. O trabalho em equipa distinguiu-se no seu percorrer, pela capacidade de resolução e coesão deste grupo de práticas aquando cada obstáculo encontrado.
A execução deste projecto foi o momento de colocarmos em prática o que aprendemos, foi também um momento intrínseco de reconhecimento do nosso perfil profissional. Um grande momento de auto - conhecimento perante a futura profissão, onde colocamos também em prática nossos valores morais e éticos, nossa personalidade e nossos sentimentos.
Podemos aferir através da negociação do espaço e de voluntários para oradores em algumas acções por nós delineadas que é necessário usar sempre de uma diplomacia. Debatemo-nos com várias situações que nos foram difíceis de negociar pela falta de sensibilidade de alguns profissionais para esta causa, quer fosse por partilharem opiniões distintas das nossas, quer fosse por exigirem honorários quando solicitados para participar nas nossas acções, quer por mostrarem atitudes xenófobas descaradamente para com a comunidade cigana.
A máquina burocrática também foi vivenciada por nós como uma aprendizagem, um processo revelado para nós como aborrecido, enfadonho, por vezes injusto mas necessário para o avanço do que quer que seja. Vemos como compreensível que se tenha que comprovar uma série de situações neste tipo de trabalho, no entanto é triste que às vezes precisemos de respostas ou apoios, tenhamos de perder tempo com uma serie formalismos esperas, e estes mesmos sejam negados, devido muitas vezes a factos políticos. É obvio que devem ser averiguadas algumas questões e situações, no entanto consideramos que pontualmente podia haver alguma abertura, e maior sensibilidade para estas causas por parte das instituições, freguesias, autarquias, etc. Porém esta é uma situação real e patente principalmente a níveis institucionais, algo que teremos que conviver com esta situação como futuras educadores sociais.
Não poderíamos finalizar este relatório sem deixar de agradecer toda a supervisão e apoio dado pela nossa orientadora Drª Sara Martins, Centro Comunitário António Aleixo em Quarteira pela forma acolhedora com que nos recebeu, à nossa tutora Drª Marilita Santos pela, que apesar da ausência tutorial sentida, nomeadamente na supervisão das acções realizadas. Estas poderiam ter sido mais proveitosas se tivéssemos recebido mais orientação por parte da Drº Marilita e apoio da instituição. No entanto tal facto permitiu-nos desenvolver uma maior autonomia e desenvoltura. Agradecemos assim À Drª Marilita experiencia de vida partilhada nestas causas sociais, ao Centro de Saúde de Faro pela cedência de material dentários, APF pelo apoio técnico e material oferecido, à Junta de Freguesia de Almancil pela cedência de 1 sala para actividades na antiga estação de comboios do Esteval e às voluntárias Selene, Beatriz, pais da Sílvia Valador, colegas de curso, familiares e amigos por toda a compreensão e apoios dados, sem vós não teríamos conseguido. Um bem-haja a todos!
Referências
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terça-feira, 7 de junho de 2011
Brevemente publicação do Relatório Final...
sexta-feira, 3 de junho de 2011
Festa Final do nosso projecto Sócio Educativo "Geração Romani"
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Festa final do projecto no Parque das Cidades, perto do Estádio Algarve |
Este projecto foi criado e desenvolvido por 4 alunas finalistas da UALG do curso de Educação Social , Florbela Dias, Cláudia Teixeira, Sónia Quaresma e Sílvia Valador. Mas... o fim do nosso curso aproxima-se e com ele o final do projecto, é com muita tristeza que o terminamos, pois deu frutos muitos positivos e só com um trabalho continuado estes seriam vísiveis a todos aqueles que não acreditam na mudança de uma realidade cruel ditada há muito pela socieadade em geral.
Parabéns pela vossa coragem...parabéns pelo sucesso que estão a ter...bem hajam por este feito...que bom ouvir estes elogios!!! Dão-nos e deram-nos muita força, mas infelizmente neste mundo existe muita falta de reconhecimento, falta a solidariedade e muitos preconceitos...politiquices e inveja. A continuidade deste era e é nosso objectivo, no entanto estamos de mãos atadas...faltam apoios......faltam umas instalações perto desta comunidade para continuarmos o nosso trabalho.
Enfim....não desistiremos, porque um Educador Social nunca desiste...do outro...daquele que precisa!
Iremos amanhã dia 04 de Junho marcar o fim deste dasafio com uma pequena festa entre todos os envolvidos neste projecto social, que nos ajudaram a vencer esta batalha permitindo à sua dinamização.
A todos o nosso muito Obrigado!!!
Florbela, Cláudia, Sónia e Silva
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