sábado, 2 de abril de 2011

O papel do Educador(a) Social no Contexto da Inclusão da Comunidade Cigana

                " Diz-me e eu esquecerei, Ensina-me e eu lembrar-me-ei, Envolve-me e eu aprenderei." [i]
A comunidade cigana é uma das consideradas minorias étnicas no nosso país. As dificuldades de integração desta população continuam a persistir...apesar do pouco que se vem fazendo para combater este handicap social, muito ainda há por se fazer, tal como criar objectivos concretos de integração social para esta comunidade. A Educação Social tem aqui e neste sentido um papel fundamental e de responsabilidade para  uma consciencialização social de forma positiva visando a reinserção.
             Quando falamos em Educação Social devemos analisar as características do meio social envolvente ao sujeito a intervir, já que essa educação é  uma resposta à realidade social provocada pelo impacto das novas tecnologias (sociedade da informação e da comunicação), da transformação dos meios de sociabilidade tradicionais (familiar, cultural, profissional, valores, desestruturação dos movimentos sociais, etc.), meios de comunicação social, do consumo, das novas bolsas de pobreza, da exclusão social, da crise do Estado de bem-estar, etc. (Martins, 2002, p.7)
Portanto,  o Educador Social apresenta-se como um agente socioeducativo, portador de competências necessárias para intervir de uma forma ordenada e planificada nos mais diversificados contextos sociais. Tais como, com os grupos desfavorecidos, em situações de risco, inadaptados ou com problemas a nível social, ou seja, onde se enquadram as minorias étnicas. A comunidade cigana é portadora de uma cultura extremamente vincada, que vive na sua maioria segregada socialmente, culturalmente e geograficamente, enquadrando-se nestas minorias excluídas pela sociedade actual. 
Segundo alguns autores, os ciganos encontram-se ausentes do seu papel de cidadania activa, é neste âmbito que o Educador Social intervém, munido de um conhecimento profundo sobre esta realidade, tem a capacidade de valorizar e reconhecer suas capacidades, levá-los a reconhecer as suas potencialidades e desenvolve-las através da educação, pois educar em educação social é educar para a cidadania e tornar-se cidadão activo é privilegiar o bem de todos (Carvalho e Batista, 2008).
O Educador Social tem o papel de incutir em todas as suas práticas, ideias democráticas que contribuam para desenvolver e assegurar a participação activa das pessoas, no sentido da uma emancipação colectiva que defenda os direitos humanos, contribuindo assim para um mundo mais justo (Freire 1998).


“El Educador Social contribuye a la prevención estructural interviniendo comunitariamente por médio de la crianción de um clima educativamente enriquecido y estimulante y favoreciendo el desarrollo de las habilidades y hábitos que resultan necessarias para conseguir una adecuada integración social principalmente de aquellos que, por haber crecido en ambientes sociales desfavorecidos y ! o inadecuados, presentan algún tipo de déficit o daño (danho) en el proceso de su socialización.” (Sánchez, 1995, p.p.28, 39).


É neste contexto que a comunidade cigana muitas vezes cresce em ambientes adversos ao seu desenvolvimento humano, de pobreza ou da exclusão social. Longe das políticas assistencialistas o educador social deverá acreditar no poder das pessoas em atingirem a sua felicidade pessoal, apostando num empowerment dos indivíduos, capacitando-os para a mudança de hábitos e atitudes para uma melhor integração, quebrando o assistencialismo. Esta capacitação é designada como empowerment, ela acontece através de um diálogo na horizontal, da interacção e da conscientização, auto-mobilizando a pessoa para uma mudança, e consequentemente na sua libertação. (Freire, 1998)
       Enquanto futuras Educadoras Sociais, alguns dos objectivos a que nos propomos para com esta comunidade específica e de acordo com a nossa perspectiva poderão ser alcançados, segundo os autores Carvalho e Batista (2008), através de dinamizações de actividades educativas, sociais, culturais, a exemplo das que temos promovido, promovendo competências e a sua auto-estima, impulsionam à colmatação da exclusão, preconceito, estereótipos e discriminação presente. Estas acções são pertinentes e urgentes a serem aplicadas e desenvolvidas com toda a sociedade em geral.
 
                                                                                Sónia Quaresma
Carvalho, A. E Batista, I. (2008) Educação Social, Fundamentos e Estratégias – Porto: Porto Editora
Martins, E. (2002). Revista de Educação Social. Espaço Social. Intervenção comunitária, (4), 7 
Freire, P. (1998). Pedagogia do Oprimido – Rio De Janeiro: Paz e Terra
Sanchéz, A., (1995). PERFIL del Educador Social. Claves del Educacion Social, 0, 28-39.




[i] Provérbio chinês

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